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“Não há competitividade na economia angolana”

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O economista angolano Carlos Rosado considerou, nesta quinta-feira, que “o problema económico de Angola não está na dependência do petróleo, mas sim na falta de competitividade da economia angolana.”

Uma questão que  tem atirado o país em baixas posições em certos rankings internacionais, como o “doing business”.

Apesar das reformas, Carlos Rosado entende que a falta de competitividade na economia deve ser revista, justificando  que o país não consegue produzir bens e serviços que sejam competitivos internacionalmente, ou seja, que tenham um preço e qualidade que permitam concorrer com outros Estados, quer lá fora quer cá dentro.

O especialista angolano foi Convidado no Webinar da 4ª Edição do “Falar Global” para reflectir sobre  “O Impacto Socioeconómico da Covid-19 nos Estados-membros  da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) – um ano depois”, organizado pelo Instituto Nacional da Defesa (IND) de Angola.

A seu ver, a COVID-19, do ponto de vista das prioridades angolanas, não trouxe nada diferente, visto que a mesma doença apenas “destapou” os muitos problemas que o país já vinha registando.

“O que aconteceu em Angola, acabou sendo um problema. Mas o problema de Angola não está no petróleo. A dependência do petróleo é um dos sintomas maiores que Angola tem e que estão relacionados com a falta de competitividade da economia”, afirmou o economista  que também defendeu a mudança do modelo de desenvolvimento ainda assente no petróleo e no Estado.

O também professor universitário lembrou que, a dependência da economia ao petróleo representa  cerca de 95% das exportações,  60 a 70 por cento das receitas públicas. E, por estes factos, notou, qualquer coisa que aconteça  com o petróleo tem logo consequências em Angola.

A  Educação e a Saúde são, para Carlos Rosado, “outros  verdadeiros problemas que o país deve rever, tendo reiterado  mais investimentos, de acordo com as recomendações internacionais  que  apontam 20%  (Educação) e 15% (Saúde),  contra os cerca dos 8% e 5%, respectivamente.

Não obstante os problemas ainda registados nestes dois sectores, o especialista reconhece os esforços que têm sido envidado para a melhoria dos mesmos, nesta fase da pandemia da Covid-19.

Experiências de outros países 

Gustavo Heck,  também  economista  e professor da Escola Superior de Guerra do Ministério da Defesa do Brasil,  referiu que a pandemia no seu país revelou a demanda  da energia e água, para os mais de 210 milhões de habitantes.

De acordo com o especialista brasileiro, a questão do desemprego está a mostrar-se como uma realidade  estrutural e que cerca de 80% dos serviços poderão ficar pela internet, para a redução física das pessoas e meios.

“Aprendemos muito com a pandemia e temos de prosseguir com os esforços envolvendo todos”, sublinhou Gustavo Heck.

Sandra Maximiano, igualmente professora universitária, de Portugal,  disse, sem avançar números, que no seu país, com o surgimento da pandemia, aumentou o desemprego, com uma taxa de cerca de 7,5%, e surgiram “novos pobres” que não estavam em situação de pobreza.

Com os 45 mil milhões de Euros disponibilizados a Portugal pela União Europeia, do pacote Global de 1,8 biliões de Euros, para se reconstruir a Europa após a Covid,  augura melhorias em vários sectores.

Em Timor-Leste, onde a Covid-19 causou,  até agora,  apenas uma morte, o seu Conselho de Ministro aprovou, esta quarta-feira, 24,  um orçamento para subsidiar estudantes e pessoas desempregadas, de acordo com o professor universitário Afonso de Almeida, também convidado neste webinar da CPLP.

Neste país, em 2020, as receitas petrolíferas estimaram-se em 595 milhões de dólares, ao preço médio de USD 62 o barril de petróleo, que também se fixou nos USD 33. 

Representantes do Botswana, da Zambia, dois países de língua oficial inglesa participaram, de igual modo, neste evento organizado pelo Instituto Nacional de Defesa de Angola.

Angop

Editor
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O Site Correio Digital tem como fim a produção e recolha de conteúdos sobre Angola em grande medida e em parte sobre o mundo para veiculação. O projecto foi fundado em 2006.

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