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Nova Iorque: Presidente brasileiro denuncia desigualdade das relações internacionais

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O chefe de Estado brasileiro denunciou a desigualdade que continuaria a reger as relações internacionais, num contexto marcado pelo agravamento das alterações climáticas, lançando novo apelo à reforma do Conselho de segurança das Nações Unidas.

Lula da Silva foi o primeiro presidente lusófono a discursar nesta terça-feira, 19 de Setembro, em Nova Iorque, na Assembleia Geral da ONU.

Também o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, foi orador no dia de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, tal como o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi.

Os debates tinham sido abertos por António Guterres. O antigo primeiro-ministro e secretário-geral da ONU voltou, como é hábito seu, a proferir uma alocução em prol do multilateralismo, falando em francês, inglês e espanhol.

O presidente da Assembleia Geral da ONU, o embaixador de Trindade e Tobago, Dennis Francis, antecedeu a alocução de Lula da Silva.

O chefe de Estado brasileiro lembrou que há 20 anos discursara naquela mesma sala e recordou as condições do seu regresso à magistratura suprema.

Lula criticou a actuação do Fundo monetário Internacional e da Organização mundial do comércio falando em desigualdade das relações internacionais, nomeadamente uma subalternização africana.

O presidente brasileiro apelou à luta contra o racismo e vincou a sua determinação em garantir igualdade de oportunidades para todas as raças no seu país. Uma desigualdade que se verificaria, também, no agudizar da crise climática onde os países mais desenvolvidos tiveram um papel predominante nas emissões de gases com efeito de estufa.

Lula apelou, de novo, ao diálogo no âmbito de crises em curso, como a guerra na Ucrânia e denunciou a inoperância do Conselho de segurança das Nações Unidas, apelando a que ele seja mais representativo. A comunidade internacional está mergulhada em um turbilhão de crises múltiplas e simultâneas: a pandemia de Covid-19, crise climática e a insegurança alimentar e energética, ampliada por crescentes tensões geopolíticas. Agir contra a mudança do clima implica pensar no amanhã e enfrentar as desigualdades históricas.

Os países ricos cresceram baseados em um modelo com altas taxas de emissão de gases danosos ao clima. A emergência climática torna urgente uma correcção de rumos e a implantação do que já foi acordado. O Conselho de segurança da ONU vem perdendo, progressivamente, a sua credibilidade.

Essa fragilidade decorre, em particular, da acção de seus membros permanentes que travam guerras não autorizadas em busca de expansão territorial ou de mudanças de regime. Esta paralisia é a prova mais eloquente da necessidade e urgência de reformá-lo conferindo-lhe maior representatividade e eficácia.

JA

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