Sete menores, com idades compreendidas entre três aos 16 anos foram abandonados pelos pais há, pelo menos, dois meses, no bairro da Mitcha, município do Lubango, numa residência, sem alimentação, sobrevivendo do que os vizinhos fornecem diariamente.

Trata-se de cinco rapazes que residem em casa do pais e outras duas meninas de três e seis anos acolhidas por uma vizinha.

O pai terá se deslocado ao Namibe a procura de emprego e a mãe o seguiu e há dois meses que se desconhece o paradeiro dos progenitores.

Maria Helena Capelimo, vizinha que acolheu duas das crianças, contou que a menor de seis anos simpatizou com a sua filha, e certa vez decidiu levá-la para casa dos pais com intenção de os conhecer. .

Ao regressar, para o seu espanto, a criança pôs-se a chorar, dizendo que queria ir com ela e a mãe consentiu.

Conta que desde Novembro que está com a criança e que mais tarde apareceu uma outra irmã de três anos e depois apareceu mais um que ia a sua casa a pedir qualquer coisa para a alimentação.

O adolescente de 16 anos disse que o pai, Paulo Fernandes, é mecânico e foi para a província a procura de emprego, sendo que a mãe, Alexandrina Martins, doméstica, o seguiu para conhecer o local de serviço do marido e até ao momento não voltaram.

“Na semana passada que ele (pai) vinha, disse que iríamos com ele, mas foi sem nos despedir”, lamenta.

informou que nenhum dos irmãos está a estudar e que têm uma avó, que não deve saber da situação. 

A porta-voz da direcção provincial do Ministério da Assistência e Reinserção Social (MINARS) na Huíla, Francelina Tomás, garantiu medidas cautelares, mandando os menores para o centro de acolhimento do lar Otchio.

“Enquanto as crianças permanecem no lar, vamos fazer o trabalho de localização da família, manter os contactos com os colegas do MINARS no Namibe para ver se conseguimos localizar os pais”, realçou.

 Francelina Tomás reafirmou que vão fazer um levantamento das reais necessidades das crianças, uma vez que tomaram conhecimento que não têm cédulas pessoais, para que junto da  direcção da educação e justiça se consiga os documentos para poder inseri-las no sistema de ensino ainda no presente ano académico.