Crédito bancário cresceu 26% desde o final de 2022 e atingiu quase 5,8 bilhões Kz. E a “culpa” é da desvalorização cambial já que os créditos em moeda estrangeiras são contabilizados em Kz. O sector privado tem 89,7% do stock de crédito da banca enquanto o sector público tem 10,3%.
O crédito a particulares e ao comércio representam 43% do crédito bancário concedido até ao mês de Agosto, equivalente a 2,5 biliões Kz de um total de quase 5,8 biliões Kz, de acordo com cálculos do Expnsão com base nas Estatísticas Monetárias e Financeiras do Banco Nacional de Angola (BNA).
No período em análise, o crédito a particulares (que pressupõe ao consumo) cresceu 38,3% desde final de 2022 ao atingir quase 1,3 biliões Kz, mais 366,9 mil milhões Kz. Já para o sector do comércio, o stock de crédito em Agosto era de 1,2 biliões Kz, o que representa um crescimento de 22,2%. Importa recordar que em Junho deste ano o crédito a particulares superou o sector do comércio pela primeira vez desde 2014 e passou a liderar o ranking dos sectores com mais crédito bancário.
Ainda de acordo com o documento, até Agosto o crédito da banca ao sector não financeiro valia quase 5,8 biliões Kz, o que representa um aumento de 1,0 biliões, ou seja, um crescimento de 26% desde Dezembro de 2022, justificados pelos efeitos da desvalorização cambial, já que a moeda nacional depreciou quase 40% entre Maio e Julho. Como uma parte dos empréstimos são em moeda estrangeira, quando são convertidos para kwanzas automaticamente faz subir contabilisticamente o valor desses créditos nos dados agora divulgados pelo banco central.
Entre os 23 sectores que constam no relatório do BNA, apenas três viram o seu stock de crédito cair. Tratam-se dos outros serviços (-1,3%, equivalente a menos 3 mil milhões Kz), da Actividade de consultoria, científica, técnicas e similares (-15,1%, menos 6,6 mil milhões Kz) e a Electricidade, gás, vapor, água (-53,0%, menos 1,3 mil milhões).
Quanto aos restantes 30 sectores, todos viram o stock de crédito crescer, com destaque para o crédito ao consumo (particulares) que foi o que mais cresceu (+38,3%), com mais 356,6 mil milhões em Agosto face a Dezembro de 2022. Segue-se o Comércio (+22,2%), com mais 223,1 mil milhões Kz e o sector da Construção (+47,0%) fecha o pódio dos que viram o crédito crescer mais, fechando o mês de Agosto com mais 180,0 mil milhões Kz.
Já segundo outro relatório do BNA, a Nota de Informação Estatística Sobre o Crédito, relativo a Agosto de 2023, do total de 5,8 biliões Kz de stock de crédito, 89,7% era endividamento do sector privado (empresas privadas e particulares) e 10,3% do sector público (administração pública e empresas públicas).
Do total dos 5,8 biliões Kz que valia o stock de crédito até Agosto, 1,3 biliões estavam alocados ao sector real da economia, o que representa um aumento de 368,8 mil milhões Kz (38,5%) face ao período homólogo. Destes 1,3 biliões Kz, cerca de 952,4 mil milhões Kz foram concedidos o âmbito dos Avisos do BNA de fomento ao sector real, o que representa um crescimento homólogo de 38,5% influenciado, principalmente, pela Indústria Transformadora.
Por outro lado, do total de 5,8 biliões Kz de crédito, 252,7 mil milhões eram relativos a crédito à habitação.
Expansão