Ao contrário do que se pensa, a província de Luanda é também produtora de gado, sendo que actualmente possui um efectivo de 30 mil animais, entre cabeças de gado bovino, suíno e caprino, bem como aves.
A informação foi passada pelo porta-voz da Cooperativa Agropecuária de Luanda, Victor Panzo, quando falava aos jornalistas a margem da V Conferência E & M sobre Agricultura, realizada na manhã desta quarta-feira, 15, na capital do país.
Victor Panzo disse que a Cooperativa Agropecuária de Luanda trabalha em cinco municípios da província, nomeadamente Viana, Cacuaco, Belas, Quissama e Icolo e Bengo, onde está sedeada.
Estes municípios, segundo aquele porta-voz, é responsável pela produção de “muita criação de gados” na capital do país, tendo dito ainda que Luanda não “é só betão”.
Assegurou estar em curso a elaboração de um inventário, junto dos criadores associados à cooperativa, para se aferir, em breve, a capacidade produção carnes para o mercado de consumo de Luanda.
Victor Panzo lamentou o facto de estar “a faltar alguma coordenação” entre os produtores nacionais e os importadores de carne no país, no sentido de se valorizar o trabalho que os criadores de gado têm desenvolvido, para fazer face a contínua importação de carnes.
A solução, apontou, passa pela criação de uma cadeia de valores para fazer funcionar o sistema.
“Não pode ser o produtor a ser o distribuidor e a ser o comerciante ao mesmo tempo. O produtor tem de se reservar apenas à produção. Temos de ter empresas de transportes e logísticas para fazer a transportação e naturalmente que o mercado tem de vender esta produção”, e desta forma baixar os níveis de importação.
Sublinhou, por outro lado, que baixar os níveis de importação requer que se invista na qualidade da produção interna de carnes e o Estado deve criar uma política proteccionistas para os produtores Angola, gerando desta forma novos postos de trabalho.
“E gerando emprego vai aumentar, naturalmente, aquilo que é a base da receita tributária do país”, sustentou.
A Cooperativa Agropecuária de Luanda existe desde novembro de 2021 e os principais desafios superados, segundo o seu porta-voz, foi o acesso à terra, à água, a energia eléctrica e ao financiamento, o que tem permitido desenvolver a actividade pecuária em Luanda.
“Nós estamos a falar do sector alimentar porque os angolanos precisam comer todos os dias e não se pode produzir alimentos sem dinheiro, não se pode produzir alimentos sem vias de Comunicação em condições”, disse acrescentado que Luanda é um mercado de consumo vasto e que tem um crescimento anual acima dos 3%, que na sua perspectiva obriga a aumento da produção alimentar. Caso não se cumpra, “vai ser muito difícil para alimentar essa população que cresce vertiginosamente”.
Economia e mercado