O Presidente da República, João Lourenço, defendeu esta segunda-feira, em Washington, uma relação de proximidade entre os países africanos e a comunidade afro-americana.
“O sofrimento que os nossos irmãos passaram no tempo do esclavagismo toca-nos profundamente. Por esta razão, temos que estabelecer uma relação mas próxima entre os nossos países africanos e a nossa diáspora, uma parte da qual se encontra aqui nos Estados Unidos da América”, referiu João Lourenço, depois de visitar o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana.
O Presidente angolano, que se disse surpreso e emocionado com o acervo do museu, revelou ter convidado a família Tucker para visitar proximamente Angola e partilhar a sua experiência com o Arquivo Nacional, as universidades e as comunidades angolanas.
“Hoje é esta família, amanhã será outra, por forma a manter a ligação com as suas origens, com o continente africano”, acrescentou.
A família Tucker, que hoje conversou com o Presidente João Lourenço no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, antes do “tour”, é afro-descendente e reside no Estado de Virgínia.
É detentora da William Tucker 1624 Society, que realiza pesquisas sobre a vida de William Tucker e de seus descendentes.
“À medida que percebemos a força e a resiliência dos africanos que construíram e povoaram os Estados Unidos da América, documentamos, preservamos e compartilhamos suas narrativas”, lê-se no site da organização.
Museu
O Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana da “Smithsonian Institution” (NMAAHC) aborda quase todos os aspectos da experiência afro-americana, abrangendo as artes, a escravidão, o Movimento dos Direitos Civis, o atletismo e outros.
Possui mas de 30 mil peças históricas, entre grilhões esclavagistas e objectos do Partido dos Panteras Negras e o caixão de Emmett Till, jovem de 14 anos ,brutalmente assassinado no Mississipi, em 1955, cuja morte foi um dos catalisadores do movimento pelos Direitos Civis e o fim da segregação.
A parte mais importante do Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana é a sua própria existência, uma vez que, nos tempos de “somos todos iguais”, a existência de um lugar como esse é um marco necessário por si só.
O museu, de quatro andares e o único dos EUA exclusivamente dedicado à documentação da vida, história e cultura afro-americana, foi inaugurado em 24 de Setembro de 2016, depois de vários anos de bloqueio da iniciativa da sua construção.
Angop