O Presidente da república aprovou a abertura do crédito adicional de 24 mil milhões de kwanzas para despesas de reabilitação e expansão das infraestruturas de apoio à gestão da Reserva Estratégica Alimentar.
De acordo com o Decreto Presidencial 14/22, de 19 de janeiro, este crédito adicional será concedido em função das necessidades de pagamento de tesouraria do Ministério da Indústria e de Comércio.
O Governo angolano criou, no final do ano passado, a Reserva Estratégica Alimentar, que prevê a aquisição, armazenamento e distribuição de mais de 520 mil toneladas de produtos alimentares, com o objectivo de regular o mercado e influenciar a baixa de preços de 11 produtos alimentares que integram a cesta básica.
Recorde-se que no dia (13.01), foram detidos cinco indivíduos que alegadamente desviaram as 30 toneladas adquiridas pelo Governo angolano no âmbito da Reserva Estratégica Alimentar. Entre os detidos estão quatro angolanos e um cidadão eritreu.
“Os mesmos foram surpreendidos a proceder o reensacamento com o intuito de introduzir o referido produto no mercado informal do Viva a Paz”, explicou porta-voz do SIC, Vitorino Kotingo.
Segundo o Serviço de Investigação Criminal, suspeita-se que o milho terá sido desviado no trajecto entre o Porto do Lobito e o local de armazenamento pertencente ao Grupo Leonel Carrinho.
“Levanta-se a hipótese desses camiões não conhecerem o trajecto em que estão destacadas as nossas forças, mas todo o cuidado consideramos para que, com maior brevidade, possamos esclarecer em que circunstância ocorreu este desvio”, acrescentou.
O activista social Avisto Chongolola Mbota considerou uma “aberração” o desvio. Diz que a Polícia deve também ser investigada, inclusive os funcionários do Porto do Lobito e da empresa Leonor Carrinho.
“Não se entende como um cidadão vai desviar essa quantidade enorme de milho. Visto que há fome no centro e sul de Angola, este milho devia acudir esta população”, lamenta.
O activista defende ainda mais rigor na seleção de segurança durante o transporte e armazenamento dos bens da reserva alimentar de Angola.
“Apelo às autoridades que mantenham rigor na segurança porque a segurança que protege os produtos é débil. É débil porque os tais seguranças que são agentes da polícia nacional também estão com fome”, diz Avisto Chongolola Mbota.
RNA/CD