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Preço dos Bilhetes interprovinciais subiram até 17% devido à pressão cambial

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Se os preços nos operadores formais cresceram entre 1.000 a 2.000 Kwanzas, já nos informais dispararam até quase 60%, com alguns dos motoristas informais a cobrarem mais 4.000 Kz do que há apenas dois meses atrás. Motoristas queixam-se da subida dos preços de quase tudo no País e dizem que até a polícia aumentou a “gasosa”.

Os preços dos bilhetes de passagem interprovinciais subiram até 17% em apenas dois meses nos operadores formais, devido à desvalorização do Kwanza e do início da retirada da subvenção da gasolina.

Quem antes da desvalorização cambial iniciada a 11 de Maio e da subida dos preços da gasolina, a 2 de Junho, viajava pela Macom entre Lunda e Huambo pagava 10 mil Kz por viagem, mas hoje está obrigado a pagar 11 mil Kz. O mesmo acontece com a rota Luanda/ Benguela, que antes custava 10 mil Kz e agora sofreu um aumento de 10%. Ainda dentro da mesma companhia, uma viagem à província do Bié há dois meses custava 12 mil e agora disparou 17% para 14 mil.

Quem optar pela Angoreal, também vai ter de pagar mais 1.000 Kz já que os preços subiram de 8 mil para 9 mil na viagem entre Luanda e Huambo. O preço da viagem da rota Luanda Benguela subiu 20%, passando de 7.500 Kz para 9 mil. Também a viagem a partir da capital do País viu o preço crescer de 5 mil para 6 mil.

A pública TCUL, com apenas quatro destinos para fora da província de Luanda, é a única empresa que ainda não fez reajustes e continua a ser a que pratica os preços mais baixos do mercado.

De Luanda ao Huambo cobra 6.500 Kz, sendo que para Malaje e Mbanza Congo, 5.000 Kz e para o Uíge, 4.500 Kz. “Temos os preços mais baixos do mercado para ir de encontro à capacidade financeira dos passageiros, que têm vindo a perder poder de compra. Procuramos praticar os preços mais baixos do mercado, mas sempre dentro dos limites dos custos operacionais”, afirmou fonte oficial da TCUL.

Em relação à Macom, aquela que tem mais destinos (37) entre as empresas de transportes coletivos interprovinciais que operam em Angola, é a que pratica os preços mais altos. A empresa justifica a sua tarifa pelos custos operacionais como aluguer de infraestruturas, custos com pessoal, acessórios e reposição das viaturas, entre outros.

De acordo com o coordenador comercial da empresa, Armando Macedo, a estrutura da operadora é muito grande e é suportada por um custo muito elevado. “Estamos com problemas de aquisição de equipamentos e os custos das peças sobressalentes ficaram mais caros tanto no mercado nacional como internacional o que nos obrigou a reajustar ligeiramente os preços”, admitiu.

Informais também ajustaram preços

Os operadores informais ou ocasionais que fazem viagens interprovinciais também se viram obrigados a fazer reajustes aos preços dos bilhetes de passagem. Se antes, quem viajava entre Luanda e Huambo pagava entre 6 a 7 mil Kz, agora desembolsa entre 8 mil até 11 mil Kz, a depender da viatura, uma vez que os ligeiros, apesar de estarem proibidos, continuam a fazer estes serviços, constatou o Expansão numa visita que efectuou a três dos mais movimentados terminais interprovinciais de Luanda, nomeadamente a paragem do Ty Show- em Viana, Mercado do 30 e Kikolo.

Ou seja, na paragem do Ty Show, por exemplo, para quem viajar num autocarro de 52 ou 44 lugares em direcção ao Huambo pode pagar o bilhete a um preço mais barato que custa entre os 8.000 a 8.500 Kz. Mas se optar pelos lugares de “sistema”- lugares adaptados com bagagens ou bidões no corredor de passagem, este chega a pagar 7 mil Kz. Quem viajar num miniautocarro de 32 lugares desembolsa entre 8 a 9 mil Kz, acima dos 7 mil Kz que eram cobrados antes.

Os ligeiros, como um Land Cruiser, são os que cobram preços mais altos. Ao que o Expansão apurou, para uma viagem ao Huambo cobram 11 mil Kz em vez dos 8 mil, e para o Bié 13 mil Kz em vez de 11 mil.

Os “profissionais do volante” também justificam a subida dos preços pelos custos de manutenção das viaturas, bem como a subida das taxas de parqueamento e os gastos que são obrigados a fazer ao longo da viagem. “Tudo ficou mais caro, desde a manutenção da própria viatura até à taxa de parqueamento para carregar. Se antes pagávamos 500 Kz por cada pessoa que os lotadores metem no carro, hoje estamos a pagar 1.000 Kz”, afirmou ao Expansão Armando Teixeira, motorista de uma viatura ligeira.

Expansão

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