Fórum empresarial e sessão parlamentar marcaram o encerramento da visita de Estado de três dias do Rei de Espanha, Felipe VI e sua esposa Letizia, que visou intensificar as relações económicas entre os dois países.
Filipe VI, anunciou que o país europeu tem projectos em marcha para os países da África Subsariana e neste capítulo, colocou Angola no centro das prioridades.
O rei de Espanha, Felipe VI, e a rainha Letizia Ortiz terminam nesta quarta-feira (08) a visita oficial a Angola. Esta é a primeira visita de Estado que os monarcas espanhóis fazem a um país da África Subsaariana.
Neste último dia da visita, Felipe VI participou numa sessão do parlamento nacional e no fórum empresarial Angola-Espanha, onde reafirmou o interesse de Madrid em consolidar as relações com Luanda.
“Angola atravessou um período muito complicado em termos económicos nestes últimos anos. Partindo de um contexto em 2018 de recessão profunda nesta nova era Angola pode e deve aproveitar para relançar o seu crescimento e fortalecer o seu desenvolvimento económico e social, objectivos em que Espanha pode desempenhar um papel importante e significativo através da colaboração empresarial e do apoio financeiro”, sustentou o monarca espanhol.
Por sua vez, o Presidente da República, João Lourenço, durante o encontro empresarial, falou sobre as oportunidades que as empresas espanholas, com alto grau de internacionalização, oferecem para facilitar a penetração noutros mercados e contribuir para a dinamização e diversificação das exportações angolanas.
“A Espanha é um país caracterizado pela existência de um sector empresarial bastante dinâmico e desenvolvido, com um alto grau de internacionalização. Consideramos, por isso, que as parcerias entre empresas dos dois países podem oferecer às empresas angolanas boas oportunidades para penetração em outros mercados e contribuir na dinamização e diversificação das exportações do nosso país”, afirmou o Chefe de Estado.
João Lourenço focou-se em particular no setor agroalimentar, “um dos mais fortes da economia espanhola”, cujos produtos angolanos gozam de grande aceitação internacional e encorajou parcerias na indústria agroalimentar e farmacêutica.
“Vamos envidar esforços para construção de um complexo industrial farmacêutico em Angola com potencial para servir o mercado local e países vizinhos, com a qualidade reconhecida dos produtos espanhóis”, frisou.
O presidente da república abordou também as oportunidades noutros sectores como as pescas, o comércio, o turismo, energia e água, construção ou telecomunicações e apresentou as possibilidades do programa de privatizações no âmbito do qual já foram alienados mais de 90 activos.
Assinados três memorandos
Durante o primeiro dia de visita oficial, os governos de Angola e do Reino da Espanha assinaram três memorandos de entendimento.
Em representação dos dois países, o ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António e o ministro dos Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação de Espanha, José Manuel Albarez Bueno, assinaram um Memorando de Entendimento entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura e a Escola Diplomática do Ministério de Assuntos Exteriores, União Europeia e Cooperação do Reino de Espanha.
Um outro memorando de entendimento sobre a cooperação no âmbito da Indústria, foi assinado entre o Ministério do Comércio e Indústria de Angola e o Ministério da Indústria, Comércio e Turismo de Espanha. Da parte angolana rubricou o documento o ministro Victor Fernandes e da parte espanhola José Manuel Albarez Bueno.
Por último, foi assinado um memorando no domínio dos Desportos pela ministra da Juventude e Desportos, Palmira Barbosa e pela entidade espanhola que assinou os documentos anteriores.
Felipe VI e Letizia Ortiz, chegaram a Luanda na segunda-feira (6), no cumprimento de uma visita oficial de três dias ao País, a convite de João Lourenço, para impulsionar as relações entre os dois países ao mais alto nível.
Na terça-feira (7), foram recebidos pelo Presidente da República, onde o rei Filipe VI, anunciou que o país europeu tem projectos em marcha para os países da África Subsariana e neste capítulo, colocou Angola no centro das prioridades.
A escolha de Angola como prioridade nos investimentos espanhóis na África subsariana é justificada pelo monarca, com o facto de o país ter estabilidade política e social, recursos naturais, boas perspectivas económicas e ser muito activo na diplomacia.
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