Restos mortais do Mentor do “Lar do Patriota” já repousam no alto das cruzes

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Os restos mortais do Gen. António Henrique da Silva  “Dingwanza” Mentor do projecto habitacional “Lar do Patriota” já repousam no cemitério alto das cruzes em Launda.

Há 18 anos, António Henrique da Silva deu a ideia da criação de uma cooperativa para a construção de casas, que hoje, sendo uma realidade, já beneficiou cerca de dois mil sócios que acreditaram no projecto “O Lar do Patriota”.

O vice-presidente da Cooperativa “O Lar do Patriota”, Jorge Chiquengue, mais conhecido por general “Sacrifício”, disse ao Jornal de Angola que “Dingwanza” deu tudo, na altura, para que o projecto ganhasse vida e ser hoje habitado, com ruas asfaltadas, água corrente, energia eléctrica, iluminação pública, restaurantes, escolas, creches, igrejas, lojas, ginásios, supermercados e outras infra-estruturas sociais. 

Jorge Chiquengue, um dos membros fundadores da cooperativa, contou que antes da cooperativa, no terreno não havia praticamente nada. Era uma zona desabitada, com muito capim e lavras, cujos donos, camponeses, foram indemnizados. Os primeiros sinais de habitabilidade foram dados pela Cooperativa “O Lar do Patriota”. 

Hoje, com a extensão da zona e com o surgimento de outros bairros, a área tornou-se cada vez mais habitada e ganhou o estatuto de Distrito Urbano do Patriota, antes afecto ao município de Belas, agora integrado no município de Talatona, no âmbito da nova divisão política e administrativa da província de Luanda. 

Iracelma dos Santos, funcionária da cooperativa há quatro anos, lamenta a morte daquele que tem como um bom chefe mas também como um pai e conselheiro, “de uma personalidade incrível”.

O projecto prossegue
O projecto da cooperativa começou em 2001, com 28 membros fundadores, todos oficiais, antigos combatentes, com necessidade de casa própria. O general “Dingwanza” teve a ideia da criação de uma cooperativa e agregar mais sócios. 

Das cinco mil casas projectadas desde o início, cerca de duas mil já foram construídas e a maioria está ocupada. 

Jorge Chiquengue contou que ainda existem sócios que aguardam para receber casas, assim como muitos que já receberam e pagaram na totalidade e outros que ainda estão com dívidas, passados 15 anos. 

O responsável lamenta o facto de a ocupação ilegal de terrenos pertencentes à cooperativa estar a atrasar a conclusão das obras de mais residências e outros projectos sociais.

“A cooperativa ocupa um espaço de 12 milhões de hectares, mas apenas 600 mil estão sob nosso domínio e onde se resume todo o projecto habitacional” 

“O general ‘Dingwanza’ foi um homem incansável e não quis partir deste mundo sem ver terminado o projecto que com havia sonhado. Essa foi a sua luta, porque mesmo quando já se sentia debilitado, não faltava ao trabalho, estava sempre a traçar metas e objectivos”, disse Jorge Chiquengue.

CD/JA