A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou recentemente a intervenção da “força conjunta” regional para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado.
No final da cimeira de chefes de estado da SADC não foi adiantada nenhuma data para a referida intervenção, apenas a clarificação de que o bloco regional será o principal parceiro de Moçambique no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Durante o discurso de abertura Filipe Nyusi, presidente de Moçambique, disse: “Estamos certos de que teremos a SADC como interveniente ativo nesta luta e como interveniente principal”.
O analista e professor Yussuf Adam, da Universidade Eduardo Mondlane de Moçambique, considera que uma possível intervenção militar pode desencadear consequências negativas a longo prazo.
Para este académico, o país vai aceitar aquilo que de que necessita e que permita criar condições para ter um exército funcional: “Já disseram que precisavam de apoio em logística, precisavam de meios aéreos, precisavam de treinar pessoal, etc.” referiu em entrevista à Euronews.
Os ataques no norte de Moçambique reivindicados por grupos de radicais islâmicos já provocaram mais de 2800 mortes e pelo menos 700.000 deslocados.
Para Yussuf Adam, a simples formação dos membros do exército em direitos humanos afigura-se como uma prioridade. O historiador citou um estudo da Universidade Católica em Moçambique que refere que muitos dos deslocados internos, quando chegavam aos pontos controlados pelo exército do Estado, tinham de pagar coimas, eram obrigados a entregar coisas e as mulheres eram maltratadas ou violadas.
Moçambique detém a presidência rotativa da SADC e albergou a Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo da organização.
Botswana, África do Sul e RDC fizeram-se representar ao mais alto nível. O Ministro do Interior angolano, Eugénio Laborinho, marcou presença em representação de Angola.
Euronews