A festa faz-se ao ritmo da tchianda. O Sagrada Esperança é desde Sábado (31.07), pela segunda vez, campeão do Girabola!
A o feito aconteceu após derrotar o Petro de Luanda, por 1-0, no Estádio Nacional 11 de Novembro, na derradeira jornada da prova, que reservou uma disputa com cariz de final.
Os diamantíferos às ordens de Roque Sapiri fizeram jus à máxima “os ataques ganham os jogos e as defesas os campeonatos”.
A muralha defensiva liderada por Gaspar à frente de um seguro guarda-redes Langanga confirmaram a materialização de um feito há muito anunciado.
Como há 16 anos, sob a batuta de Mário Calado, os diamantíferos tiveram personalidade, determinação e nervos de aço no momento da grande decisão.
Apenas falharam na forma como procuraram contestar o penalte assinalado pelo árbitro António Dungula, porque o abandono do campo acabou por ser uma mancha na irrepreensível campanha assinada na competição.
A intervenção de Ernesto Muangala, governador da Lunda-Norte e presidente da Mesa da Assembleia-Geral do clube, acabou por evitar uma situação mais embaraçosa que a publicidade negativa feita do futebol angolano, como lamentou na ocasião o secretário de Estado dos Desportos, Carlos Almeida.
Passado um quarto de hora de muitos recuos e quase nenhum avanço, lá imperou o bom-senso, e voltou-se ao jogo. Thiago Azulão, o goleador da prova com 16 golos, viu Langanga negar o golo na cobrança do penalti, para a satisfação de milhões de adeptos que no dia da consagração abraçaram os lundas em todo o país.
Marcados para vencer
A história começou a ser escrita antes da meia hora de jogo. Estavam decorridos 22 minutos, quando Luís Tati, assistido por Lépua, aproveitou a falha do guarda-redes Élber e fez o golo que encurtou a caminhada rumo à consagração.
Os diamantíferos mostravam que estavam marcados para vencer, dado o à vontade diante de um adversário suportado em campo por uma vasta carteira de troféus, dos quais 15 do Girabola.
Quando a bola rolou, cedo ficou claro que o Petro estava pressionado, face à obrigação de vencer, para conquistar o título, e o Sagrada Esperança confortado pela margem de segurança, por precisar apenas do empate.
Enquanto os tricolores tentavam acelerar o jogo, mas sempre desconfiados, dado o risco de serem golpeados em contra-ataque, os verde e brancos do Dundo lançavam as acções ofensivas de forma cadenciada, com subida de ritmo no último terço.
O ajuste das marcações no centro do terreno montado por Sapiri levou os petrolíferos a carregarem o jogo pelas laterais, mas sem nunca chegar com perigo à baliza.
Apenas com remates fora da área foram capazes de atarefar a melhor defesa do campeonato, ontem distinguida pelos dez golos sofridos, em 30 jornadas.
A vitória confirmou a supremacia do Sagrada Esperança diante dos colossos, uma vez ter vencido e empatado frente ao 1º de Agosto, e derrotado o Petro de Luanda nos dois jogos.
O investimento feito pela direcção presidida por José Muacabalo, a pensar numa presença consolidada na Taça da Confederação, objectivo que sucumbiu aos efeitos da Covid-19, deu corpo ao apuramento para a Liga dos Campeões, a próxima meta dos diamantíferos.
Chegado ao comando da equipa à passagem da 13ª jornada, em substituição do espanhol António Cosano, Mateus Agostinho “Bodunha” teve o mérito de recuperar competitivamente um grupo dado como falhado, ainda na primeira parte da época.
A conquista da Taça de Angola, depois de dez vitórias consecutivas no campeonato, premiou a capacidade de luta dos tricolores e as apostas em talentos forjados no Catetão.
Jornal de Angola