BASTA QUE SE INSCREVA COM O SEU EMAIL E NOME PARA DESBLOQUEAR O CONTEÚDO!
Os funcionários do Google reagiram com alguma veemência ao anúncio da Alphabet da demissão de 12 mil funcionários e tomar outras medidas de redução de custos ante ao exuberante pacote salarial de US$ 226 milhões recebido pelo CEO Sundar Pichai.
De acordo reportagem do portal CNBC, desde que a compensação anual de Pichai foi divulgada, as plataformas internas do Google têm sido preenchidas com conversas e memes criticando o CEO por receber um aumento salarial enquanto corta custos noutros lugares.
A matéria afirma que os memes compartilhados internamente pelos funcionários também criticaram a autorização recente do proprietário do Google, a Alphabet, para um programa de recompra de acções de US$ 70 bilhões, a mesma quantia do ano passado. Pichai é o CEO tanto da Alphabet quanto do Google.
Segundo a CNBC, um “meme popular mostrou uma imagem do personagem Shrek, Lord Farquaad, com o texto ‘Sundai a aceitar US$ 226 milhões enquanto demite 12 mil funcionários do Google, a cortar benefícios e a destruir a moral e a cultura’“. Também incluía a citação de Farquaad: “Alguns de vocês podem morrer, mas é um sacrifício que estou disposto a fazer“.
O salário médio do funcionário da Alphabet em 2022 foi de US$ 279 mil. Embora a Alphabet liste a compensação de Pichai em 2022 como US$ 226 milhões, a maior parte disso será concedida ao longo de três anos, e o valor pode mudar. O valor total é menor do que o prêmio trienal que ele recebeu pelo período anterior de três anos.
Um dos memes com mais de 700 gostos dizia: “US$ 70 bilhões em recompras de acções mostram que respeitamos mais os acionistas externos do que os funcionários do Google“, segundo a CNBC.
Também houve memes “comparando Pichai ao CEO da Apple, Tim Cook, que em janeiro recebeu mais de 40% de corte em sua compensação total alvo de 2022“.
Cook solicitou uma redução salarial que diminuiu a sua remuneração para US$ 49 milhões em 2023. Em 2022, a compensação alvo de Cook era de US$ 84 milhões, mas ele acabou recebendo US$ 99,4 milhões.
A CNBC disse ter visto diversos Memes compartilhados nos fóruns de discussão interna do Google, incluindo um “com mais de 1,2 mil gostos que se refere a comentários da chefe financeira Ruth Porat, que escreveu no mês passado num e-mail raro para toda a empresa que a empresa está a fazer cortes “multianuais” nos serviços para os funcionários“.
“Os cortes de custos de Ruth se aplicam a todos… excepto nossos trabalhadores dedicados e CEO“, disse o meme, segundo a CNBC. Os cortes de gastos anunciados por Porat, segundo relatos, visam suprimentos de escritório, substituições de laptops, aulas de ginástica, barras de lanches, cafeterias e muito mais.
Atitudes controversas
Após o anúncio das 12 mil demissões pelo Google em janeiro, Pichai teria dito numa reunião com os funcionários que os executivos do Google teriam uma “redução muito significativa no seu bônus anual“. Num e-mail para os funcionários, o CEO escreveu que “assumo total responsabilidade pelas decisões que nos trouxeram aqui“, dizendo que nos últimos dois anos a empresa “contratou para uma realidade económica diferente da que enfrentamos hoje“. A Alphabet tinha 190.234 funcionários no final de 2022.
Essa não é a primeira vez que a compensação de Pichai gera controvérsia. Em 2019, o New York Times revelou que a empresa havia pago US$ 90 milhões em pacotes de saída para executivos acusados de má conduta sexual. Na época, os críticos questionaram a razão de Pichai ser recompensado com um aumento salarial após a empresa ter sido abalada pelo escândalo.
Alguns funcionários do Google agora estão pedem que a empresa priorize o bem-estar dos funcionários em vez de recompensar os executivos com altos salários e bônus.
Como resultado, pode haver pressão sobre a empresa para aumentar a transparência em relação à sua compensação executiva e tomar medidas para garantir que a cultura da empresa seja preservada em meio aos cortes de custos.
Mundo Conectado