Os dados foram publicados pela ARSEG e mostram também que o número de apólices cresceu 39%, pelo que os clientes estão a fazer seguros mais baratos e com prazos de validade mais curtos. Os prémios do sector da petroquímica caíram 10 mil milhões Kz e os custos com os sinistros aumentaram 11%.
Os prémios brutos de seguros caíram 19% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado ao sair de 95,8 mil milhões kz para 77,4 mil milhões Kz de acordo com os dados recentemente publicados pela Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG).
O regulador explica que “foram emitidas diversas apólices, com destaque para os ramos viagens, transporte e automóvel (muitas delas em campanha promocional), com reduzidos prémios, o que impactou negativamente (teoricamente) a evolução do volume global de prémios”. Este facto é suportado pelo facto de o número de apólices ter crescido 39% , contrariando a queda dos valor dos prémios recebidos. Nos primeiros três meses do ano foram registadas mais de 226 mil contra as 162 mil do primeiro trimestre do ano passado.
Para o director executivo da Associação de Seguradoras de Angola (ASAN), José Correia de Araújo, esta redução também é justificada pelo ramo da petroquímica por ser um dos que têm maior peso e que registou uma redução significativa de aproximadamente 10 mil milhões kz. Isto não quer dizer que está a fazer menos seguros em 2023, mas apenas que o registo dos mesmos do I trimestre foi menor. Isto justifica-se porque muitas destas apólices são feitas em Co-seguro com a ENSA a liderar, e possivelmente as restantes companhias ainda não fizeram o registo neste período porque não tinham recebido a sua parte do valor, sendo que hoje com o IVA, poucos antecipam o registo antes do recebimento.
Existem outras explicações que têm a ver com o atraso das renovações das apólices, o facto de muitos terem reduzido o período das apólices para prazos mais curtos, uns porque têm dificuldades financeiras, e outros porque pensavam em mudar de seguradora e encontravam-se nessa altura em negociações com outro operador. Acrescente-se que é sempre difícil analisar a evolução de um mercado com estas características num trimestre, e no final do ano teremos uma visão mais clara sobre se o mercado está efectivamente a encolher.
Não Vida vale 94% dos prémios
Como já é característico do mercado angolano, o ramo não vida foi o que mais contribuiu com 94% do total. Em termos homólogos houve uma redução de 21% dos prémios deste tipo de seguros que totalizou 73 mil milhões Kz contra os 92,8 mil milhões Kz registados em igual período do ano passado.
Já os custos com sinistros, por sua vez, cresceram 11% em termos homólogos para 21,5 mil milhões Kz, ou seja, as seguradoras pagaram mais 2 mil milhões kz nos primeiros três meses deste ano. Com destaque para o ramo vida (21,4 mil milhões).
Do total, 74% dos gastos com sinistros foi para o ramo de doenças que registou o maior índice de sinistralidade com um total de 15,8 mil milhões kz pagos. Ainda de acordo com o relatório divulgado pelo regulador, a taxa de sinistralidade cifrou-se em 28% contra os 20% registados no primeiro trimestre do ano passado. Quanto ao ranking das operadoras de seguros a ENSA (46%), a FIDELIDADE (14%), e a GLOBAL (13%), ocupam o primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente em termos de quota de mercado.
Já a percentagem dos prémios de seguros com intervenção de mediação cresceram significativamente de 1,6% para 19% nos primeiros três meses do ano. De 1,5 mil milhões kz para 16 mil milhões kz. Também de acordo com o documento, as comissões de seguro directo cresceram 198%, de 287 milhões kz para 858 milhões.
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