A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, afirmou segunda-feira, em Luanda, que apenas têm direito ao subsídio da Covid-19 os profissionais que trabalharam na linha da frente no combate à pandemia, nomeadamente os que estiveram nos postos de vacinação, equipas de respostas rápidas de vigilância epidemiológica e centros de tratamento.
Sílvia Lutucuta, que falava à margem de uma reunião com o Sindicato dos Enfermeiros de Angola, garantiu que o Ministério da Saúde vai pagar todos os subsídios a quem de facto lidou com a Covid-19 de forma directa, apesar das várias irregularidades verificadas no processo.
Questionada sobre o número real dos profissionais que não beneficiaram, até ao momento, dos subsídios da Covid-19, a ministra disse serem cerca de sete mil técnicos da Saúde, de acordo com uma lista apresentada pelo Sindicato dos Enfermeiros de Angola.
Segundo a governante, uma boa parte dos profissionais já foi paga, mas como houve, por parte do Sindicato, uma denúncia de que muitos participantes directos no combate à Covid-19 não foram pagos e outros que não participaram receberam os subsídios, a Inspecção Geral da Administração do Estado (IGAE) está a investigar o caso, para se regularizar, em definitivo, esta situação.
“Pedimos um pouco de paciência às pessoas lesadas. É um trabalho profundo e aturado que deve ser feito, porque, além da lista apresentada pelo Sindicato, foram encontradas outras irregularidades. Logo, é uma tarefa que precisa ser bem feita, para haver justiça”, exortou.
Caderno reivindicativo
Sobre a reunião entre o Ministério da Saúde e o Sindicato de Enfermeiros de Angola, Sílvia Lutucuta disse tratar-se de um diálogo saudável e de negociação, onde foram debatidos os seis últimos pontos do caderno reivindicativo apresentado pelos enfermeiros, no mês de Março do ano em curso.
A ministra explicou que, além dos subsídios da Covid-19, os outros pontos fulcrais são o incremento do salário de base dos técnicos médios do Ministério da Saúde, seguro de saúde, bem como actualizações e promoções.
Em relação ao incremento do salário de base, Sílvia Lututuca disse ser uma situação com outros condicionalismos e contornos financeiros importantes, tendo em conta o contexto actual do país. Disse ser por isso que se convidou para a reunião o Ministério das Finanças. “Fez-se a apresentação da proposta que está a ser analisada de forma cuidada e, no prazo de 30 dias, teremos a resposta para ver se finalizamos esta problemática”, disse.
Por seu turno o secretario- geral do Sindicato dos Enfermeiros de Angola, Luís Matete, disse que aguarda pela materialização do que se decidiu na reunião e, no fim, constatar se os resultados são favoráveis para a classe.
JA