O êxito da OPV (Oferta Pública de Venda) de 10% do BAI na bolsa abriu a porta a movimentos semelhantes por parte de outras instituições.
O Millennium Atlântico e o Banco Caixa Geral Angola (detido a 51% pela CGD) serão os próximos a lançarem operações idênticas.
No passado dia 2 de Junho de 2022, a BODIVA, Bolsa de Dívida e Valores de Angola – Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, Sociedade Anónima, comunicou os resultados da OPV de 1.945.000 acções do BAI.
O Estado angolano arrecadou 87 milhões de euros com a venda de 10% do capital que detinha indiretamente no Banco Angolano de Investimentos (BAI), através da Sonangol e da Endiama, com uma procura 1,58 vezes superior à oferta.
A procura pelas acções do BAI superou em 158,84% a oferta, com 842 contemplados dos 2.852 investidores, na que foi a primeira oferta deste tipo do BAI.
A admissão à negociação na BODIVA está prevista para o dia 9 de Junho de 2022.
O Governador do Banco Nacional de Angola, “BNA”, José de Lima Massano, considera de positivo a venda, em bolsa, dos dez por cento das acções que o Estado angolano detém no Banco Africano de Investimentos, “BAI”.
Para o Governador do Banco Central angolano, a conclusão deste processo em bolsa torna o mercado financeiro mais completo.
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José de Lima Massano diz mesmo que o facto da primeira entidade cotada em bolsa ser da banca, revela bem o trabalho que é desenvolvido neste sector.
“Depois deste processo do BAI na Bolsa,” informou “vão se seguir os Bancos Millennium Atlântico e Banco Caixa Angola, já nos próximos dias”.
Em agosto de 2021, o BAI aprovou em assembleia geral extraordinária a alteração integral dos estatutos da sociedade, para efeitos da preparação da sua qualificação como sociedade aberta, permitindo assim dispersar o capital em bolsa.
A estrutura do BAI é composta por 54 acionistas, dos quais nenhum detém participações qualificadas, destacando-se a Sonangol como principal acionista com 8,50% do capital.
Integram ainda o grupo de acionistas a Oberman Finance Corp (5%), Dabas Management Limeted (5%), Mário Palhares (5%), Theodore Giletti (5%), Lobina Anstalt (5%), Coromasi Participações Lda (4,75%), Mário Barber (3,87%), Luís Lélis (3%) e outros não identificados, que repartem os restantes 54,88% do capital.
O Programa de Privatizações do executivo angolano prevê a alienação das participações da petrolífera estatal Sonangol em setores como os seguros e a banca e a saída do BAI chegou a estar prevista para 2020, mas o concurso público não chegou a avançar, realizando-se agora através da oferta pública de venda.
Angola e Namíbia gizam acordo no sector monetário
José de Lima Massano avançou ainda que o encontro, entre os Bancos Centrais de Angola e da Namíbia, para discutir o acordo de conversão monetária entre as moedas dos dois países, acontece na segunda quinzena deste mês.