A União Africana (UA) anunciou, quarta-feira, a suspensão do Níger das suas instituições, na sequência do golpe de Estado de 26 de Julho, e manifestou reservas quanto a uma eventual intervenção militar da Comunidade de Estados Económicos da África Ocidental (CEDEAO).
O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da UA “toma nota da decisão” da CEDEAO Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental “de enviar uma força” para o Níger e pede à Comissão da organização pan-africana que “proceda a uma avaliação das implicações económicas, sociais e de segurança” de tal envio, anunciou este orgão da UA através de um comunicado coitado pela Reuters.
O CPS decidiu igualmente “suspender imediatamente a participação da República do Níger em todas as actividades da UA e dos seus órgãos e instituições até à restauração efectiva da ordem constitucional no país”, segundo o comunicado publicado hoje. A posição, assumida num contexto de fortes divergências no seio da UA sobre este assunto, assenta em decisões tomadas numa reunião sobre “a situação no Níger”, realizada a 14 de Agosto.
Na sequência do derrube pelos militares do Presidente nigerino, Mohamed Bazoum, eleito em 2021, a CEDEAO anunciou em 10 de Agosto a sua intenção de enviar uma força da África Ocidental “para restaurar a ordem constitucional no Níger”. A CEDEAO continua a reiterar a preferência por uma solução diplomática, mas mantém a ameaça de recorrer à força, uma opção em relação à qual a UA está dividida. Na passada sexta-feira, no final de uma reunião de chefes de Estado-Maior da CEDEAO em Acra, capital do Ghana, o comissário da organização regional para os Assuntos Políticos, a Paz e a Segurança, Abdel-Fatau Musah, indicou que “o dia da intervenção” tinha sido fixado, assim como “os objectivos estratégicos, o equipamento necessário e o compromisso dos Estados-membros”.
JA