A Vice-Presidente da República avaliou domingo, em Doha, Qatar, com o director-geral adjunto da Agência Internacional de Energia Atómica, Hua Liu, a possibilidade de se criar no país um Centro de Diagnóstico e Investigação do Cancro, que entre várias valências vai conferir qualidade aos serviços de Saúde.

A pretensão foi manifestada por Esperança da Costa durante uma audiência com o director-geral adjunto da Agência, à margem da 5ª Conferência das Nações Unidas sobre os Países Menos Desenvolvidos, que arrancou ontem e reúne mais de 45 Estados.

O teor da conversa foi partilhado pelo secretário de Estado para a Cooperação e Comunidades, Domingos Vieira Lopes.

Neste domínio, a Vice-Presidente da República e o representante da Agência Atômica analisaram também, a possibilidade de formação de estudantes angolanos, em particular desta área da Saúde.

Sobre a questão, Domingos Vieira Lopes disse que foi acolhida com agrado, pelo que vai merecer a atenção da Agência: “Hoje, a Energia Atómica tem uma actividade em tudo que é campo de acção da ciência, desde a Agricultura à Energia Nuclear”.

Da parte da Agência, salientou, foi também manifestada a disponibilidade e a intenção destes aprofundarem e melhor trabalhar, não apenas com o Ministério das Relações Exteriores ou o sector da Saúde, mas também com o Ministério da Energia e Águas, com quem mantém uma colaboração efectiva e, nesta ordem de ideias, dar corpo à cooperação que se pretende estreitar com o país.

Durante o primeiro dia de trabalho, a Vice-Presidente da República, Esperança da Costa, manteve uma curta conversa com o Chefe de Estado do Malawi e presidente do Grupo de Países Menos Avançados, Lazarus Chakwera, que manifestou a pretensão de visitar o país, ainda este ano, no quadro da Cimeira da SADC, prevista para Agosto próximo.

O Presidente do Malawi cessa o mandato em representação dos Países Menos Desenvolvidos (PMA) e falou do trabalho que desenvolveu na Organização, trocando algumas impressões com a Vice-Presidente da República de Angola, que elogiou o trabalho por si desenvolvido e abordou o que pode ser a África do futuro.

Na audiência, as duas entidades passaram em revista as relações entre os dois países.

Numa segunda audiência, o director-geral da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), Daren Tang, manifestou, igualmente, o interesse de continuar a cooperar com Angola, principalmente em matérias de formação.

A OMPI, lembrou, lançou recentemente um pacote que visa potenciar todos os países em matéria de Propriedade Intelectual. “Penso que vamos ter sucesso neste capítulo que está em curso”, reforçou.

Ainda neste capítulo, frisou que essa formação vai permitir ao Governo angolano tirar maior e melhor proveito deste Projecto. “A nossa Organização tem um pacote de programas que vai potenciar todos os países em matéria de Propriedade Intelectual e penso que vamos ter sucesso neste capítulo”, reafirmou.

“Geralmente, temos a percepção que as questões ligadas à propriedade intelectual dizem muito mais respeito aos países desenvolvidos, um facto que não corresponde à verdade, porque os Países Menos Desenvolvidos também podem usufruir desta propriedade intelectual”, disse.

Deste modo, acrescentou, pode-se defender a promoção de acções que visam dotá-las de capacitações para que possam aliar o conhecimento prático cultural à ciência.

Ainda ontem, a Vice-Presidente da República reuniu, em audiência, com a secretária-geral das Nações Unidas sobre o Comércio e o Desenvolvimento, Rebecca Grynspan.

JA