Consultora Capital Economics considera que os dois países lusófonos serão vulneráveis quer a súbitos recuos no valor da moeda, quer alterações significativas nos termos do comércio internacional.
A consultora Capital Economics considera que Angola e Moçambique são os países da África subsaariana com a dívida mais arriscada, caso haja uma depreciação das moedas locais ou alterações significativas no contexto do comércio internacional.
“Angola ou Moçambique, com altos níveis de dívida em moeda estrangeira, são os que estão mais em risco de sobre-endividamento [debt distress, no original em inglês] caso haja uma deterioração do comércio internacional e ou um enfraquecimento da moeda”, lê-se numa actualização desta consultora sobre a evolução da dívida dos países da África subsaariana.
Com grande parte da dívida em moeda externa, estes dois países “serão vulneráveis quer a súbitos recuos no valor da moeda, quer alterações significativas nos termos do comércio internacional”, alertam os analistas.
Num relatório enviado aos clientes, os analistas da Capital Economics escrevem que a média da dívida pública na África subsaariana ainda está acima dos níveis anteriores à pandemia.
A maioria destas economias, sustentam, vai precisar de mais ajustamentos orçamentais para estabilizar os rácios da dívida face ao Produto Interno Bruto (PIB), que é um dos principais indicadores usados para aferir a sustentabilidade da dívida de um país.
A posição dos países africanos, cita a Lusa, melhorou um pouco em 2022, face a 2021, “mas apenas uma pequena minoria tem um peso da dívida inferior ao registado antes da pandemia”, e ao contrário do que acontecia, nenhum país tem actualmente um rácio de dívida face ao PIB superior a 100%.
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