A situação de fome no mundo está a se agravar, aumentando assim a pobreza extrema pela primeira vez em 20 anos. Especialistas dm que a este ritmo não se consegue atingir o nível de fome zero até 2030, preconizado pela ONU.
Angola ficou entre os piores países do Índice Global de Fome (IGF) 2021, ocupando a posição 97 entre 116 países analisados, apesar de os seus pontos terem disparado desde o ano de 2000. No IGF quando maior for a pontuação, pior é e situação do país.
No documento publicado recentemente intitulado ” Índice Global da Fome: Fome e sistemas alimentares em situação de conflito”, o nosso País obteve a pontuação 26, classificação que coloca Angola no grupo de países considerados de nível grave de fome.
Angola chegou a ter a maior classificação deste índice em 2000, em plena guerra civil, registando 65 pontos considerado “extremamente alarmante”. Era assim, o pior país em termos de fome, em situação mais grave que a Somália (58,1 pontos) ou até Serra Leoa (57,7), países onde a guerra civil é uma “doença” crónica. De lá para cá, Angola melhorou os seus pontos para os “alarmantes” 46,9 em 2006, para 27,8 em 2012, situação considerada pelo ranking como “séria”. Agora, com os 26 pontos alcançou a 97ª posição.
Se olharmos para os dez países da região austral do continente analisados no relatório, Angola é ainda o quarto em pior situação, apenas à frente de Lesoto, Moçambique e República Democrática do Congo. Neste ranking, as Ilhas Maurícias apresentam a melhor posição com 12,2 pontos, seguida da África do Sul e Eswatini.
As pontuações do IGF baseiam-se em indicadores como a subalimentação, emagrecimento muito acentuado, raquitismo infantil e mortalidade infantil. Segundo o relatório, a Somália sofre de um nível de fome extremamente alarmante e quatro dos cinco países com níveis alarmantes de fome estão no continente africano, nomeadamente o Chade, República Centro-Africana, República Democrática do Congo e Madagáscar. O Iémen (Médio Oriente) é o quinto país que obtém este nível alarmante de fome.
O documento elaborado pelas organizações não governamentais (ONG) Welthungerhilfe e Concern Worldwide, avança também que a África Subsariana tem as mais altas taxas de subalimentação, raquitismo infantil e mortalidade infantil de todas as regiões do mundo.
“A fome e a desnutrição continuam, não por falta de soluções, mas sim por falta de vontade política e de recursos para implementar as soluções disponíveis e respeitar, proteger e cumprir o direito à alimentação”, conclui o Índice Global de Fome 2021.
LUSA