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Com o litro a preços controlados, Angola posiciona-se como o 4.º país africano com o gasóleo mais acessível em Agosto de 2025, um factor chave para o custo dos transportes, da produção e da segurança alimentar — mas os especialistas alertam: a subsidiação sem estratégia pode tornar-se uma bomba-relógio para as finanças públicas.
Num continente onde o acesso ao combustível define o ritmo da economia real, Angola destaca-se como um dos 5 países africanos com o diesel mais barato. Segundo dados da Global Petrol Prices, o país mantém o preço por litro abaixo da média continental, ao lado da Líbia, Argélia e Sudão, consolidando-se como um actor estratégico no debate sobre energia, produção alimentar e transporte logístico.
Num contexto em que o preço médio global do diesel atingiu 1,23 USD por litro, Angola apresenta estabilidade nos preços do combustível, com impactos directos sobre a agricultura mecanizada, transporte interprovincial e geração eléctrica via geradores — elementos críticos para a vida económica nacional.
Os 10 países africanos com diesel mais barato (Agosto 2025)

Diesel barato: vantagem competitiva ou armadilha fiscal?
Os baixos preços do diesel em Angola facilitam a mobilidade e reduzem os custos operacionais de grandes indústrias e pequenos negócios, num país onde mais de 60% da economia informal depende de geradores e transporte a gasóleo. Para os agricultores, o impacto é ainda mais directo: maior previsibilidade no transporte de produtos do campo para os mercados urbanos, estabilizando os preços dos alimentos.
Contudo, esta vantagem tem o seu custo. O regime de preços subsidiados compromete anualmente milhares de milhões de kwanzas em subsídios ao combustível, levantando questões sobre a sustentabilidade das finanças públicas e o impacto ambiental da dependência do diesel.
Análise Editorial | Correio Digital
A presença de Angola no 4.º lugar entre os países africanos com o diesel mais barato pode ser vista com dois prismas: alívio económico para os cidadãos e pressão orçamental para o Estado.
Por um lado, o diesel acessível mantém viva a pequena economia urbana e rural, reduz o custo do transporte e da produção, e evita o colapso social num país com taxas elevadas de desemprego e pobreza energética.
Por outro, o modelo é insustentável a médio prazo. O elevado custo fiscal dos subsídios e a ausência de alternativas energéticas (como mobilidade eléctrica ou gás natural veicular) comprometem a diversificação energética e a transição verde.
Sem reformas estruturantes, Angola arrisca-se a manter um sistema de combustíveis que beneficia o curto prazo, mas mina a inovação, a concorrência e o investimento privado em soluções energéticas mais limpas e eficientes.
O Executivo deve aproveitar esta vantagem momentânea e converter parte dos recursos hoje canalizados para subsídios em investimento em energias renováveis, transporte público e incentivos à industrialização energética, sob pena de Angola continuar presa ao paradoxo do combustível barato, mas caro para o seu futuro. Por conseguinte, já está em curso a retirada gradual dos subsídios aos combustíveis.