O Executivo angolano vai avançar “muito em breve” com a reclassificação das unidades hoteleiras do país, uma medida com potencial transformador para o sector do turismo, que visa alinhar os padrões de qualidade hoteleira aos critérios internacionais e restabelecer a confiança de turistas e investidores na hospitalidade nacional.
A medida, anunciada pelo ministro do Turismo, Márcio Daniel, durante o encerramento do Fórum Nacional de Hotelaria em Benguela, vai permitir actualizar o número de estrelas atribuídas a cada unidade hoteleira, tendo em conta a real qualidade dos serviços actualmente prestados.
Reclassificação vai corrigir distorções e impulsionar competitividade
Angola conta actualmente com cerca de 3.300 empreendimentos hoteleiros, muitos dos quais operam com classificações atribuídas há vários anos, sem reavaliação técnica da sua qualidade, infra-estruturas ou atendimento ao cliente.
“Há hotéis cuja classificação actual já não corresponde à realidade. Ou degradaram-se, ou evoluíram. Precisamos de ajustar para garantir que um três estrelas em Luanda ofereça o mesmo padrão de serviço que um três estrelas em Marrocos ou em Lisboa”, afirmou o ministro.
A reclassificação, segundo Márcio Daniel, foi apreciada pela equipa económica do Conselho de Ministros e insere-se num pacote mais amplo de medidas para melhorar o ambiente de negócios no turismo.
Confiança, transparência e desenvolvimento regional
A medida deverá:
- Aumentar a transparência para turistas nacionais e estrangeiros na escolha de hotéis;
- Pressionar os empreendimentos a melhorar os padrões de serviço e manutenção;
- Atrair novos investimentos para o sector hoteleiro;
- Melhorar a competitividade das regiões turísticas, como Benguela, Namibe, Huíla e Cuando Cubango.
Parceria com o sector privado é essencial
O ministro apelou à Associação de Hotéis e Resorts de Angola (AHRA) para colaborar na sensibilização dos associados, garantindo que a nova classificação seja aceite e implementada com rigor técnico, reforçando a credibilidade do sector.
“Queremos que a classificação hoteleira em Angola represente, de facto, o nível de qualidade que se presta. Isso é bom para o turista, para o empresário e para o próprio país”, reforçou.
Contexto estratégico
A reclassificação surge num momento simbólico — durante as celebrações dos 50 anos da independência nacional — e integra uma estratégia mais ampla de posicionar Angola como um destino turístico competitivo, com foco na diversificação económica e na criação de emprego qualificado.