Das 93 escolas ou institutos médios de Saúde visitados pela Ordem dos Enfermeiros de Angola (ORDENFA) no primeiro trimestre deste ano, no âmbito de um trabalho de fiscalização e pesquisa, que reúne amostras de 10 províncias, apenas 30 apresentam as “condições adequadas” para continuar a funcionar.
A conclusão consta do relatório da ORDENFA entregue ao Novo Jornal pelo seu bastonário, Paulo Luvualu.
O documento, segundo o qual as 10 províncias envolvidas na pesquisa são Huambo, Bié, Cabinda, Kwanza-Norte, Kwanza-Sul, Huíla, Luanda, Malanje, Moxico e Namibe, adianta que o “pente fino” vai estender-se para cerca de 280 instituições de Saúde existentes no País, pelo que se espera que a ronda de visitas decorra até ao final do presente ano.
Segundo Paulo Luvualu, o diagnóstico negativo “é transversal a todas as províncias visitadas até ao momento”. Falta de laboratórios, bibliotecas, estágios curriculares, docentes efectivos, instalações inadequadas para o ensino e o número elevado de alunos nas turmas são algumas das anomalias detectadas durante o processo.
O bastonário diz tratar-se de um cenário “grave” e “preocupante”. “A maioria das instituições não tem bibliotecas. Outra grande parte não tem salas para aulas práticas. Constatámos, também, que mais de 50% das escolas que leccionam Saúde não foram criadas para esse fim.
Apenas 25% tem esse diploma que as autoriza a leccioná-la”, denuncia o número um da ORDENFA, que adianta que a organização, a única no País licenciada para tal, não atribuirá carteiras profissionais aos estudantes finalistas dessas instituições sem que regularizem a situação.
NJ