Tudo indicava que a operacionalização da Bolsa de Diamantes de Angola arrancaria no segundo semestre de 2022. Duas empresas vão operar a bolsa, mas não se sabe quando.
O atraso das obras para a instalação da bolsa de diamantes de Angola está a condicionar a sua operacionalização, contrariando a meta do Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás (MIREMPET) que apontava à sua abertura no segundo semestre do ano passado.

Em Novembro de 2022, o ministro de tutela, Diamantino Azevedo, tinha já anunciado que as obras estariam concluídas em finais de Dezembro, mas condicionalismos diversos não permitiram a realização das mesmas, criando um revés no projecto da bolsa.
As obras das futuras instalações provisórias não foram concluídas e as autoridades já pensam numa segunda data para a operacionalização do futuro mercado de negociação das pedras preciosas.
De acordo com o projecto inicial, no espaço serão montados o escritório e o laboratório da bolsa de diamantes do país, nomeadamente a infra-estrutura para a acidificação de diamantes e uma rede que vai permitir a realização de leilões de pedras preciosas em Angola.
É a primeira infra-estruturas a ser montada no País para a comercialização aberta de diamantes sobretudo de gemas valiosas, o que poderá acrescentar valor aos diamantes produzidos em território nacional. Numa segunda fase, as autoridades prevêem a implementação da bolsa de diamantes em instalações definitivas no Pólo de Desenvolvimento Diamantífero da Lunda Sul, onde decorrem trabalhos de construção do mega projecto que vai acolher todos os serviços.
A criação da bolsa e o aumento da produção de diamantes vai reduzir o garimpo e elevar a capacidade de negociação das gemas angolanas e desenvolver cada vez mais a indústria de lapidação da pedra preciosa que deverá atingir os 20% do total da produção diamantífera. Para a realização da bolsa, Angola poderá cooperar com a Antwerp World Diamond Centre (AWDC) no domínio da comercialização de diamantes.
A bolsa de diamantes, sob coordenação da SODIAM em sociedade com a ENDIAMA, deveria abrir experimentalmente no segundo semestre do ano passado, no sentido de permitir ao País fazer bons negócios no subsector dos diamantes. Recordar que em Janeiro do ano passado, a (SODIAM) finalizou o processo de avaliação das manifestações de interesse, de empresas nacionais e internacionais, lançado em 20 de Maio de 2021 para serviços especializados de acidificação (limpeza) de diamantes e leilões que representam serviços importantes para a futura bolsa.
O processo de avaliação determinou como empresas vencedoras: FIRST ELEMENT, empresa belga, para a Unidade de Acidificação de Diamantes e a TRANS ATLANTIC GEMS SALES , empresa dos Emirados Árabes Unidos, para a realização de leilões de diamantes em Angola.
No intuito de obter mais informações sobre o projecto da bolsa, o Expansão enviou algumas questões à SODIAM, tendo esta remetido quaisquer esclarecimentos sobre a bolsa para o MIREMPET.
Por sua vez, fonte do ministério de tutela empurra para a empresa de comercialização de diamantes, explicando que “só se deve tratar de algum equívoco por parte dos gestores da SODIAM porque desde o principio tem sido esta empresa a trabalhar com os consultores estrangeiros para a instalação da Bolsa de Diamantes de Angola”. Assim sendo, não foi possível ao Expansão obter uma resposta concreta sobre o futuro da Bolsa de Diamantes de Angola.
Expansão