O Banco de Poupança de Crédito (BPC) obteve prejuízo de pelo menos 120,4 mil milhões de Kwanzas, no exercício económico de 2022, o que representa um aumento de quase 49%, face a 2021.
Da análise aos balancetes dos dois últimos exercícios económicos, pôde-se concluir que o activo do BPC reduziu (aproximadamente) 10% em 2022, se comparado ao ano anterior, passou de pelo menos 1,9 para 1,7 biliões Kz.
Houve um desinvestimento na ordem dos 3% em títulos e valores mobiliários (dívida pública) no ano passado, comparativamente ao período homólogo. Ilustram os dados extraídos dos demonstrativos contabilísticos daquele banco público, fundado em 1991 após extinção do Banco Popular de Angola (BPA).
A carteira de títulos e valores mobiliários no ano passado estava cotada em quase 873 mil milhões Kz, enquanto o registo de 2021 era de pelo menos 899 mil milhões Kz; um desinvestimento de aproximadamente 25 mil milhões Kz, que terá ajudado a minimizar o prejuízo do banco no exercício económico transacto.
Os dados referentes aos dois últimos anos provam que o BPC deixou de ser uma instituição bancária voltada ao apoio à economia, embora tenha um registo acima de 100% do crédito em 2022, quando comparado a 2021. À semelhança de outros bancos de grande dimensão, excepto o BIC, passou a investir mais em dívida pública.
Em 2022, à base dos balancetes citados, a dívida pública representava 51,4% do activo, ao passo que a carteira de crédito 10,6%. O rácio de transformação de depósito em crédito (aproximadamente 15%) ilustra a pouca vontade daquele banco em apoiar a economia.
O peso da dívida pública em 2021 era de 47,5% do activo, enquanto a carteira de crédito valia 3,4%. A taxa do rácio de transformação foi de 4,5%; considerado um dos mais baixos do sistema bancário naquele ano económico.
Ainda dos dados compulsados, pôde-se chegar à conclusão de que os depósitos no BPC diminuíram 6% em 2022, quando comparado ao exercício económico de 2021, em que o resultado negativo (prejuízo) foi de quase 80,7 mil milhões Kz.
Economia e mercado