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Estrangeiros investiram apenas 1% no sector não petrolífero do país

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Mau ambiente de negócios em Angola e incerteza internacional continuam a afastar investidores e a comprometer a diversificação económica. Com um judicial tão “problemático”, Angola não consegue concorrer com países vizinhos na captação de investidores para o País.

O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) fora do sector não petrolífero no I trimestre de 2023 foi de apenas 22,6 milhões USD, o que, ainda assim, representa um crescimento de 46% face ao mesmo período de 2022, aquele que foi o segundo pior ano em 10 anos em termos de investimento de estrangeiros no País, a seguir a 2020.

O IDE no sector não petrolífero representou, assim, apenas 1% de todo o Investimento Directo Estrangeiro feito no País entre Janeiro e Março deste ano. Contas feitas, as petrolíferas e empresas estrangeiras que actuam em Angola investiram 2.103,3 milhões USD neste período no sector petrolífero, representando um aumento de 39% face aos 1.511,1 milhões investidos no I trimestre de 2022, de acordo com dados sobre o IDE do Banco Nacional de Angola (BNA).

O facto de apenas 1% do investimento estrangeiro em Angola ter sido realizado fora do sector petrolífero é um claro sinal de que o petróleo é e continuará a ser o grande motor da economia nacional e é o sector que garante maior confiança aos investidores. Já a diversificação económica, apesar de ligeiras melhorias nos últimos dois anos, continua muito aquém das necessidades do País e assim deverá continuar nos próximos tempos.

Para o economista Alves da Rocha, é importante perceber o que é que não se está a fazer para tornar o País suficientemente atractivo para o investimento privado estrangeiro.

“É evidente que os investidores interessados em Angola não conseguem lidar com aquilo a que já se convencionou chamar o mau ambiente de negócios que nós temos. O CEIC tem sido procurado por investidores estrangeiros, americanos, portugueses, franceses, noruegueses, e as queixas são sempre as mesmas”, disse o também director do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.

O economista considera que este mau ambiente de negócios, onde persiste um sistema judicial problemático, que não gera confiança aos investidores estrangeiros, faz com que não estejam “criadas as condições para que possamos competir nesta matéria com o Botsuana, o Quénia, Tanzânia ou a Zâmbia, que teve agora uma alteração política fundamental, em que a democracia funcionou, e isto também atrai os investidores privados. Dá-lhes confiança”.

É por isso que, de acordo com um especialista em investimento, Angola até tem conseguido captar alguns investidores embora esteja longe de convencer os mais convencionais. “Os bons investidores não vêm para Angola. Falta uma justiça com prazos adequados aos tempos de hoje, burocracia desadequada aos tempos de hoje, atropelos institucionais entre instituições do Estado, em que uma diz uma coisa e outra diz outra e o investidor fica no meio, dificuldade na relação institucional entre o privado e o público.

Ainda assim, tem havido melhorias nos últimos anos devido a reformas feitas no País durante o Programa de Financiamento Ampliado do Fundo Monetário Internacional (FMI). Ainda assim, insuficientes para inverter o quadro. “Os passos que as autoridades têm dado nos últimos anos, nomeadamente ao nível da consolidação das contas públicas, das reformas estruturais que visam melhorar o crescimento do sector não-petrolífero, incluindo o processo de privatizações actualmente em curso, e da transição para um regime cambial mais flexível, são importantes, mas ainda não suficientes para tornar Angola mais atractiva aos investidores estrangeiros”, sublinha Tiago Dionísio, economista-chefe da consultora Eaglestone.

E não é só o mau ambiente de negócios do País que nos últimos tempos tem afastado os investidores estrangeiros, já que a conjuntura internacional, com a elevada incerteza que ainda persiste devido à guerra na Ucrânia, quer ao nível da recuperação económica mundial, quer em termos da elevada inflação que teima em desacelerar e que tem levado a aumentos sucessivos de taxas de juro por parte dos principais bancos centrais, fazem com que os investidores se retraiam no que concerne ao IDE.

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