Um grupo de activistas manifestaram-se no passado Sábado, 6 de Julho, no largo da independência, para protestaram a forma como se está a combater a corrupção, e que segundo os activistas não passa de peça teatral cujo dramaturgo e protagonista é o Presidente da República, João Lourenço.

Fernando Macedo foi um dos principais rostos de tal acção. Sempre incisivo nas suas críticas desde o regime de Eduardo dos Santos. A suposta riqueza do Presidente da República para os activistas continua ser questionável pela forma como a Constituição exige que os gestores públicos façam a declaração de seus bens, através de uma carta lacrada.

Este pressuposto torna difícil a tarefa das instituições afins e até mesmo a própria sociedade civil de fiscalizar o desempenho e status social e económico dos detentores de cargos públicos como é o caso do próprio chefe de Estado que por sinal revela-se como o “Aquiles” da luta contra corrupção. Um aspecto que tem enfraquecido o seu “tendão” e que mais tende para algo irónico do que real.

Todavia, aquando da sua última entrevista concedida a TPA e ao Novo Jornal, João Lourenço disse que de facto fez a declaração de bens tal como manda a Constituição. Fê-lo através de uma carta lacrada. Um pressuposto que não agrega valor ao combate a corrupção que o estadista faz de cavalo de batalha da sua governação.

A carta lacrada é entregue ao Tribunal Constitucional e fica nos segredos dos deuses sem que ninguém saiba os bens que o titular de cargo público tem até antes de exercer a função de gestor público. Esse pressuposto em nada ajuda a possível fiscalização e mais do que isso, não promove na Administração do Estado a transparência enquanto uma das boas práticas de governação.

Outro facto é que o Presidente da República já afirmou em várias entrevistas que não está interessado em fazer qualquer emenda ou alteração na actual Constituição que é um casaco feito a medida de José Eduardo dos Santos, principal promotor dos desvios das boas práticas de Governance. Aspecto que leva a sociedade a depreender que JLO sente-se confortável com o facto da marca JES.

Alguns juristas são de opinião que só com os poderes que a actual Constituição lhe confere é que JLO poderá desamarrar os nós da corrupção atados com cordas de aço por JES. Um dilema que a própria política a ver vamos se conseguirá resolver.

No entanto, estes factos têm levado João Lourenço, que no primeiro ano de seu mandato gozou de uma popularidade nunca esperada, ao descrédito diante de muitas forças vivas angolanas. E até mesmo a queda de popularidade.

“Eu tenho poucas duvidas” atestava Fernando Macedo “que o Presidente João Lourenço não tenha adquirido também os seus bens por favorecimento, porque ele fazia parte do mesmo grupo, e ainda faz.”

A manifestação, segundo o Correio da Kianda, foi convocada pela activista Laura Macedo.E congregou dezenas de povens, políticos e membros da sociedade civil.

O também Professor Universitário e Fundador da AJPD, Fernando Macedo, reconheceu os esforços do Presidente João Lourenço. Todavia, diz estar céptico com o seguimento da sua governação uma vez que o Presidente da Republica está rodeado de assessores viciados e com práticas de gestão danosa.