Governo reconhece que 50 por cento dos alunos nos meios rurais não regressaram à escola depois da Covid-19 e 15 por cento nos meios urbanos.
A ministra da Educação revelou nesta semana que 50 por cento dos alunos das zonas rurais e 15 por cento da área urbana não regressaram à escola depois da pandemia da Covid-19, em 2020.
Luísa Grilo salientou haver outros factores para esse abandono escolar que considerou preocupantes, como a gravidez precoce. Especialistas ouvidos pela VOA consideram ser pouco provável a recuperação destes alunos, mas apontam soluções para minimizar as desigualdades na educação.
Alexandra Simeão, que foi vice-ministra da Educação na década de 1990, diz que a situação é grave e que é quase impossível de recuperar estas crianças neste contexto. Para ela, a razão avançada pela ministra sobre a gravidez precoce tem ligação com a situação de miséria em que vive a maioria destas famílias. “
“O Governo continua a abandalhar, a negligenciar o sector da Educação de uma forma absolutamente preocupante que a mim faz-me imensa confusão porque sem um povo preparado e escolarizado nunca teremos um país desenvolvido, podemos até crescer por causa do petróleo, mas desenvolvimento vai ser impossível”, conclui Alexandra Simeão.
Este argumento é partilhado pelo sociólogo Heitor Simões, que atribui a culpa desta situação à falta de investimento sério na educação. “Não há investimentos na Educação como devia ser, estes dados avançados pela ministra são um problema terrível que num futuro breve teremos as suas repercussões”, alerta Heitor Simões.
Para aquele sociólogo, a solução é relativamente simples, através da intervenção do Estado com a compensação das famílias.
VOA