Os dados contabilísticos disponíveis lustram que o BAI continua mais voltado ao financiamento do Estado, em detrimento do sector real, o catalisador da economia.
O Banco Angolano de Investimentos (BAI) registou um crescimento de quase 146% de lucros no terceiro trimestre de 2023, em relação ao mesmo período de 2022, Segundo a informação contabilística daquela instituição bancária, a maior do sistema (SBA).
As contas (preliminares) do BAI do terceiro trimestre indicam resultados no valor de pelo menos 146,7 mil milhões Kz, contra os quase 59,7 mil milhões Kz do exercício homólogo. Assim sendo, o banco cuja comissão executiva é presidida por Luís Lélis obteve mais 87 mil milhões Kz.
Também se verificou um aumento de perto de 21% na concessão de crédito, pois a carteira passou de 347,2 mil milhões Kz (terceiro trimestre de 2022) para 418,4 mil milhões Kz (mesmo período de 2023). Apesar do índice positivo, o rácio de transformação mantém-se muito baixo (12%).
Se comparado com o período homólogo, houve uma redução de aproximadamente 2 pontos percentuais no rácio de transformação de depósitos em crédito, segundo cálculos da E&M com base nos dados do BAI, publicados recentemente.
A informação contabilística ilustra igualmente que o BAI é uma instituição bancária mais voltada ao financiamento público. No período em análise, a carteira desta rubrica ficou quantificada em pelo menos 1,8 biliões Kz e registou um incremento de 70%, face ao exercício análogo.
Os dados ainda indicam que a dívida pública tem um peso de aproximadamente 44% sobre o activo, que cresceu perto de 38%, passando de pelo menos 3 biliões para quase 4,2 biliões Kz.
O volume de depósitos saiu de 2,5 biliões Kz (2022) para 3,4 biliões Kz (2023), o que representa um crescimento de 37% no terceiro trimestre do presente exercício económico.
E & M