Padeiros pedem socorro pela alta do preço do trigo

A Associação dos Industriais de Panificação e Pastelaria de Angola (AIPPA) pede a intervenção do Executivo para travar a alta de preços da farinha de trigo.

De acordo com o Presidente da associação, Gilberto Simões, neste momento o saco de farinha de trigo está a ser vendido entre 25 a 30 mil kwanzas por vários agentes comerciais do país. Por outro lado, reconhece a escassez da farinha de trigo no mercado nacional.

Gilberto Simões afirma haver  uma grande contradição no nosso sector de produção, onde  de um lado as moageiras que têm o monopólio, dizem não ter problema nenhum quanto a produção para o mercado nacional, mas dirigindo-se a qualquer um dos mercados as coisas são diferentes “eles não têm o trigo”.

Neste quesito, apesar da escassez do produto , a associação denuncia igualmente a existência de comerciantes que facilitam a saída da farinha de trigo de Angola para outros países vizinhos.

O responsável da AIPPA fala em maior necessidade de concertação entre as moageiras, bancos de verbas e a associação de panificação, bem como uma intervenção mais rigorosa do Executivo angolano para a estabilização dos preços da farinha de trigo.

“O governo deveria colocar um travão nisso, por conta da alta de preço da farinha de trigo, o preço do pão pode  subir cada vez mais,” explicou.

Já o administrador das grandes moageiras de Angola, César Rasgado,  afirma que não houve um aumento dos preços da farinha de trigo mas sim um reajuste, face a alta de grande parte das comódites no mercado internacional.

“Temos actualmente 3 indústrias em pleno funcionamento e com capacidade instalada para produzir acima de 700 mil toneladas de farinha de trigo.” 

Ainda César Rasgado diz não haver possível ausência de matéria-prima que impeça a produção da farinha de trigo, estando assim em condições de abastecer o mercado.

Entretanto, o administrador das grandes moageiras de Angola, explica que, a carência da farinha de trigo nos últimos meses, deveu-se por força do contexto macroeconómico e até mesmo da situação derivada da pandemia da covid-19 que contribuiu para o aumento do preço das comódites internacionais onde podemos inserir o trigo.

FONTE: RNA/CD