Na sequência da distribuição coerciva da última participação de 25% da China Sonangol Internacional no Bloco 3/05ª, operadora angolana Sonangol viu a sua participação subir dos 25% para 33,33%.
De acordo com o decreto executivo 127/23 de 1 de Outubro publicado em Diário da República, insta que a China Sonangol Internacional, empresa ligada ao empresário chinês Sam Pa, deixou de ter qualquer participação em blocos petrolíferos em Angola na sequência da distribuição coerciva da última participação (25%) que lhe restava, dado que a maior fatia da participação ficou para a operadora do bloco, a Sonangol.
A decisão da distribuição parte do Governo angolano que repartiu as acções entre a Sonangol, francesa da Maurel e Prom Angola S. A, Azule Energy (BP e ENI), Etu Energias, NIS NAFTGAS e por fim a britânica da Afentra.
Para além da sonangol, outras empresas viram de igual modo sua acções crescerem com a distribuição coerciva, embora estarem de saída do bloco, trata-se da Maurel e Prom Angola S. A que passou para 26,68%, a Azule Energy que passou dos 14% para os actuais 16%, a Etu Energias, que agora passa a ter 13,33% contra os anteriores dez por cento, a NIS NAFTGAS que conta com 5,33% contra os anteriores quatro por cento, em última instância está a britânica da Afentra que soma agora para 5,33 por cento da sua participação.
A China Sonangol internacional é uma empresa que tinha ligações a Sam Pa, um empresário chinês e, um dos principais rostos dos negócios em Angola. Foi por meio da negociação da compra de 55% a esta empresa que a Sinopec (petrolífera estatal chinesa) adquiriu parte dos activos que tem hoje em Angola.
Ao que o jornal Expansão apurou, em 2015 o empresário Sam Pa foi detido na China por suspeitas de corrupção, facto que comprometeu a continuidade da empresa, pois a empresa ficou sem dinheiro e acumulou uma série de dívidas em Angola, sobretudo com o seu principal parceiro, a Sonangol.
A petrolífera estatal angolana na qualidade de maior companhia absorveu parte dos seus passivos no consórcio onde estavam, e a divida foi aumentando ano após ano nalguns blocos, e como resolução foi acordado a entregar parte dos activos desta empresa à Sonangol como forma de pagamento da dívida.
A divida foi crescendo e parte dos parceiros deste bloco apresentaram queixas em relação à inércia da empresa petrolífera que comprometiam a gestão do bloco. Ou seja, não pagava o cash calls (pedido de dinheiro) necessário ao investimento no bloco. Quando uma empresa não paga cash calls é comum a sua parte do petróleo ser dividida entre os parceiros do bloco que pagaram as contas da concessão na sua conta. E quando fica muitos anos sem pagar, a sua divida é paga com a participação.
Por conta deste litígio a Sonangol entrou para alguns blocos em que não tinha participação, como é caso do bloco 18 onde não tinha qualquer participação e onde hoje tem uma participação de 16,28 por cento.