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Importações disparam e “cortam” 1 925 milhões USD às Reservas Internacionais

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Desde Janeiro que o BNA deixou de contabilizar nestas reservas os depósitos do Tesouro em moeda estrangeira. Mas foi o esforço para controlar a inflação que abriu portas à subida na importação de mercadorias no I semestre deste ano que acabou por “comer” quase 2000 milhões USD às Reservas Internacionais.

As Reservas Internacionais encolheram 12% desde o final de 2021 e Setembro deste ano, ao passar de 15 508 milhões USD para 13 583 milhões USD, o equivalente a menos 1 925 milhões USD, com base em dados do Banco Nacional de Angola (BNA). O aumento das importações verificadas no I semestre, em especial no II trimestre, está na base dessa queda.

Estas reservas são necessárias para assegurar a importação de diversos bens, como alimentos, maquinaria ou matérias-primas para as indústrias e hoje valem menos de metade do que valiam em Dezembro de 2013, quando estavam avaliadas em mais de 31 mil milhões USD.

Em 2014, a crise petrolífera verificada na altura contribuiu para a queda das reservas angolanas em moeda estrangeira e de lá para cá, o cenário nunca mais foi o mesmo com estas reservas a caírem ano após ano.

As Reservas Internacionais correspondem às reservas de dólares, euros, ouro e outras divisas controladas pelo banco central. De acordo com dados do BNA, as reservas angolanas arrancaram em 2022 com uma redução de 2 158 milhões USD em Janeiro face a Dezembro, recuperando em Março para 14 386 milhões USD.

O banco central justifica que essa queda no I trimestre se deve a uma revisão da metodologia na contabilização das reservas, já que deixam de ser contabilizados não só os depósitos em moeda estrangeira do Tesouro Nacional, que doravante serão reclassificados em outros activos externos, bem como os títulos colaterizados em operações de financiamento (Repo).

Entretanto, em Abril, já sem contabilizar os recursos em moeda estrangeira do Tesouro, as reservas internacionais regressam ao patamar dos 15 000 milhões USD, entando de seguida numa espiral de queda até aos 13 583 milhões USD registados em Setembro, equivalente a uma perda de 1 740 milhões USD em cinco meses.

Já este ano é notório um aumento das importações, uma vez que as compras ao estrangeiro cresceram 22% entre o I e o II trimestre, ao passar de 3 703,0 milhões para 4 511,8 milhões USD.

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