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Inflação homóloga caiu 16,9 pp em contraciclo com o resto do mundo

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Começou 2022 com um valor de 27,7% e fechou o mês de Março com 10,8%, aproximando-se das taxas de inflação dos seus principais parceiros comerciais, que no período em análise, pelo contrário, registaram crescimentos. Manutenção dos custos da energia, baixa nos preços dos produtos alimentares, petróleo em alta e estabilidade cambial justificam este facto.

De uma forma genérica, pode dizer- se que a baixa da taxa de inflação está muito ligada à estabilidade cambial, justificada por um período de alta dos preços de petróleo, que permitiu o “encaixe” suplementar de divisas, associado a um esforço de combate ao aumento dos preços dos produtos alimentares, que é o principal contribuinte para o cálculo do índice de inflação no nosso País. O outro factor que mais influencia a inflação é o preço da energia, que em Angola não sofreu alterações neste período, manteve-se a subsidiação dos combustíveis e os preços da electricidade, o que não aconteceu na maior parte das nações do mundo, e que foi um contributo importante para aumentos das taxas nesses países.

O facto de a evolução da inflação no nosso País estar em contraciclo com que aconteceu no resto do mundo, para além do referido acima, também se justifica pelo facto de o BNA ter mantido a taxa de juro de referência acima do neutro, a que se juntaram outras medidas para diminuir a circulação de massa monetária na economia até meio do ano passado. Em período pré- -eleitoral, as importações e o consumo interno voltaram a crescer, mas a estabilidade cambial e alguma produção alimentar interna seguraram potenciais impactos nos preços.

A redução do gap face aos principais parceiros comerciais é também um factor em destaque, lembrando por exemplo, que face à Zona Euro no início de 2022 a diferença era de 22,6 pp e nesta altura é de apenas 2,3 pp, tal como acontece na comparação com os Estados Unidos, que passou de 20,2 pp para apenas 5,8 pp.

Para o economista e director do Cinvestec, Heitor de Carvalho, o principal factor que influenciou a baixa da inflação foi a taxa de câmbio. “A variação dos preços seguiu a variação da taxa de câmbios. A partir de Agosto, a taxa de câmbios subiu e a inflação mensal também, mas tem sido uma subida ligeira, em ambos os casos. Infelizmente, duvido que a taxa de câmbios possa ser mantida se os preços do petróleo e dos diamantes baixarem”, explica.

Também refere que a meta da inflação projectada pelo governo de 11,4% no final do ano pode vir a ser cumprida. “A inflação homóloga prevista pelo Governo é o resultado da inflação mensal a cerca de 0,9%. Vinda de uma inflação de 2% ao mês a inflação homóloga leva cerca de um ano até atingir os 11%.

Na verdade, desceu para cerca de 0,8% até Novembro (o que daria uma inflação anualizada de 9%), mas está agora mais próxima de 0,9% (o que dá uma inflação anualizada de cerca de 11%). A maioria dos analistas concorda com este intervalo entre os 9% e 11% que está espelhado nas previsões publicadas pelo BNA, e que resulta de inquéritos a diversas entidades e analistas”, confirma Heitor de Carvalho.

A entrada no mercado da Reserva Estratégica Alimentar (REA) e o combate à especulação comercial, que na prática significa maior controlo das margens aplicadas pelos comerciantes, também contribuíram para este quebra do valor da inflação.

O economista Ismael Vunda também concorda que com as condições actuais é possível projectar uma taxa de inflação de um dígito no final do ano. A trajectória da inflação tende para uma inflação moderada, sendo possível o cenário de 9% de inflação previsto pelo BNA, caso não se observem eventos extraordinários que alterem o cenário internacional e nacional”.

No entanto deixa também um aviso: “Muito ainda precisa ser feito, pois o PIB não petrolífero ainda não consegue influenciar a evolução da taxa de câmbio e consequentemente a taxa de inflação. A trajectória será decrescente, desde que o preço do barril de petróleo esteja acima do definido no orçamento de Estado para o exercício de 2023, ou seja, desde que não haja uma forçada revisão do presente orçamento de Estado”.

Ou seja, se o preço do barril de petróleo se mantiver no intervalo 80-85 USD, a inflação no final do ano será de apenas um dígito, acreditam os especialistas.

Expansão

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