A Secretária de Estado para a Família e Promoção da Mulher procura soluções para o nascimento de bebés fruto de uma eventual rede de prostituição.
Vinte adolescentes com idades entre os 13 e 16 anos na localidade pesqueira da Cahota, na província de Benguela, deram à luz a crianças geradas com cidadãos chineses, indica o Ministério da Acção Social, Família e Promoção da Mulher em nota distribuída à imprensa, dias após denúncias de uma suposta rede de prostituição infantil.
A coordenação da zona fala em 17 adolescentes com filhos de pais do continente asiático, mas lembra o registo de inúmeros abortos, quando o Instituto Nacional de Apoio à Criança (INAC) volta a manifestar preocupação face à média diária de 10 casos de violação sexual de menores em Angola.
A coordenadora comunal da Cahota diz que a pobreza, como consequência de uma longa crise na pesca, fragiliza as adolescentes .
Sem ter avançado o período do nascimento dos bebês, Delfina Chilembe fez saber que há uma espécie de trégua nos últimos dias, mas reafirmou que a situação social das famílias em nada ajuda.
“Nós aqui temos a conta de 17 que já têm filhos, outros fizeram aborto. Esses dias ainda normalizou, a Polícia está a trabalhar, e tudo isso preocupa, é mesmo porque a pesca está a falhar”, afirma a coordenadora.
Por sua vez, o padre Paulino Coheca, responsável pela área de justiça e paz da Diocese de Benguela, assinala que não basta condenar tais actos. “Tudo isso é preocupação, tráfico de menores, a exploração … é condenável. Por isso importa analisar as causas, não há efeito sem causa, devemos olhar para a gênese da causa”, defende o sacerdote católico.
Os órgãos locais criaram uma brigada para o registo quer das mulheres quer das crianças geradas nestas relações, sendo que em alguns casos os cidadãos chineses compareceram no ato de registo dos filhos.
Os cidadãos implicados estão identificados e vivem na zona, porque prestam serviço nas empresas de pescas, na Caota, área piscatória da província de Benguela.
LAC /CD