No ano passado, o conjunto de 15 empresas públicas do sector dos transportes e armazenagem, tuteladas pelo Ministério dos Transportes, contabilizou “um buraco “financeiro de 87 mil milhões de kwanzas, compatível ao resultado líquido negativo de 143 milhões de dólares.
Este resultado comparado com o prejuízo total de 109 mil milhões kz (180 milhões USD) registado em 2019, representa uma redução de 20 porcentos, apreciou individualmente o Novo Jornal cada um dos relatórios e contas das firmas.
Em parte, o peso do desempenho negativo por parte do colectivo de empresas do sector dos transportes é colocado nos “ombros” da TAAG, uma vez que em 2020, só a transportadora aérea angolana registou um prejuízo de 131,2 milhões kz, equivalente a 216 milhões de dólares, sendo entre as 15 firmas do sector dos transportes detidas pelo Estado a que contabilizou a maior parte financeira.
Explicando de outra forma, isto de acordo a análise feita pelo Novo Jornal às contas das 15 entidades, sem a TAAG, o resultado do sector dos transportes sai do “vermelho”, passando para o lucro de 44 mil milhões kzs (73 milhões USD).
A empresa pública de navegação e turismo, conhecida por Sécil Marítima, que terminou o ano 2020 com o resultado líquido negativo de 6 mil milhões kzs (10 milhões USD), ficou na segunda posição do pódio no que o prejuízo diz respeito.
Já a empresa Nacional de Navegação Aérea (ENANA) se abrigou no último lugar do pódio, ao encerrar o exercício financeiro 2020 com o prejuízo de 3,2 milhões kz (pouco mais de 5 milhões USD).
Desempenho de mais de 50% das firmas foi negativo
Efectivamente, 8 das 15 companhias do sector dos transportes detidas pelo estado terminaram o ano passado com as suas contas no vermelho, sendo que para além das três citadas nos parágrafos acima, constam também, os caminhos-de-ferro-de -Moçâmedes, com prejuízo de 1,3 mil milhões kzs (2,2 milhões USD), a empresa de Transportes Colectivo e Urbano de Luanda (TCUL), que teve resultado líquido negativo de 569 milhões de kzs (937 mil USD) E OS Caminhos-de-ferro-de-Luanda (CFL), com resultado negativo de 359 milhões kzs (591mil USD).
A analise do NJ aponta que as outras duas entidades que completam o quadro das oito que estiveram no ’vermelho’ foram os caminhos-de-fero-de-Benguela (CFB), tendo as sua perdas ultrapassado os 320 milhões kzs (527 mil USD) e a empresa portuária de Amboím, com prejuízo de 101 milhões kzs (116 mil USD).
A pandemia da covid-19 é apontada pelo secretário de estado para os sectores da Aviação Civil, Marítima e Portuária, Carlos Borges, como sendo a principal causa das perdas financeiras no ramo. As alegações do responsável ministerial, foram proferidas no ano passado, quando falava a imprensa no fim de uma mesa-redonda, com empresas, associações do sector e a banca comercial, orientada pelo ministro dos transportes, Ricardo D’Abreu.
Depois de em 2019 ter tido lucro de 15,8 mil milhões kzs no ano seguinte, em 2020, o Porto de Luanda viu o seu resultado líquido crescer 72%, passando para os mais de 27 mil milhões kzs (45 milhões USD), tendo sido por isso a empresa estatal do sector dos transportes, com maior resultado financeiro. A sociedade Gestora de Aeroportos (SGA) foi a segunda instituição com lucro mais alto, ao encerrar o ano passado com rendimento avaliado em quase 21 mil milhões kzs (34 milhões USD).
Já a União das empresas e Transportes de Cargas (UNICARGAS), com os seus pouco mais de 100 milhões kzs de resultado líquido positivo (165 mil USD. Foi a entidade com lucros mais baixos, observou o Novo Jornal. As outras firmas que também registaram lucros foram a Empresa Portuária do Lobito, com 3,9 milhões kzs, equivalente a 1,7 milhões USD), a Empresa Portuária do Namibe (2,5 mil milhões USD-4 milhões USD), e finalmente a Empresa Portuária do Soyo (994 milhões de kzs -1,6 milhões USD)
